O Telstar entrega uma obra-prima sem precedentes ao superar o PSV em Eindhoven. "Eles nos superaram em todos os sentidos."
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Não se trata apenas da energia sem limites e dos dois belos gols, divididos entre os tempos. É também a contratação de Kay Tejan, um atacante de 28 anos nascido em Beverwijk. Ele jogou na segunda divisão francesa, pelo Dunkerque, até ser contratado pelo Telstar. Isso se seguiu a uma carreira em clubes como TOP Oss, FC Sheriff Tiraspol e ŁKS Łódź.
"Sempre foi meu sonho jogar na Eredivisie", disse ele na sexta-feira, no comunicado à imprensa do Telstar anunciando sua chegada. A estreia na Eredivisie aconteceu no sábado à noite, fora de casa, contra o PSV, quando entrou como substituto aos 60 minutos. Sete minutos depois, logo após o 0-2, ele recebeu com perfeição uma bola alta e traiçoeira, perfeitamente posicionada, permitindo-lhe continuar sua progressão.
Ele joga como todos do Telstar – destemido e confiante. É claro que há um toque de descrença nas expressões felizes dos jogadores, enquanto um jovem torcedor do PSV esfrega os olhos úmidos com a camisa mais nova do seu clube.
Uma obra-prima sem precedentes já estava em andamento: a primeira vitória do Telstar na Eredivisie desde uma tarde de domingo no final de abril de 1978. Naquela época, diante de 2.000 espectadores em seu próprio estádio em Velsen-Zuid, com uma vitória sobre o FC Volendam, agora, como um clube recém-promovido, eles enfrentavam os campeões nacionais em um Philips Stadium lotado. O estádio esvaziou discretamente pouco antes do apito final.
Micro-ondasFoi um piscar de olhos quando um Telstar desinibido teve três chances em apenas quatro minutos. O meio-campista Tyrone Owusu, que ainda jogava pelo amador Quick Boys até 2024, teve bastante espaço na entrada da área aos 21 minutos. Ele chutou com o pé direito, a bola curvando perfeitamente para o canto superior. "Pura genialidade", disse ele mais tarde à ESPN sobre seu primeiro gol na Eredivisie.
Fora de casa, contra o Ajax, em sua primeira partida no campeonato, o Telstar merecia mais, mas perdeu por 2 a 0. O time joga com bastante variedade, num sistema 5-3-2 com laterais ofensivos nas laterais. O PSV quase não sofre pressão nesse jogo dinâmico.
Foi uma partida que você talvez não esperasse como espectador neutro, mas quem poderia esperar tanta tensão? O PSV, que, após conquistar o título da liga após uma queda evasiva no início do ano, parecia ter tudo sob controle. Vitórias convincentes sobre Sparta, FC Twente e FC Groningen, seguidas pela vitória no Johan Cruijff Shield sobre o Go Ahead Eagles. Parece que eles venderam bem e compraram bem no mercado de transferências neste verão.
Mas então o Telstar apareceu. Um forno de micro-ondas é levado para o estádio no início da noite, vindo do ônibus dos jogadores, uma novidade, já que o Telstar está experimentando refeições (quentes) de recuperação. Essa aventura notável, após a promoção surpresa à Eredivisie, está tomando forma cada vez mais a sério. O modesto estádio já havia passado por extensas reformas para se tornar pronto para a Eredivisie.
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Eles podem ser pequenos, mas neste sábado não vieram "para esperar para ver", diz Owusu. Eles querem vencer, mesmo contra o PSV, o mais difícil de todos os dezessete jogos fora de casa. Na Eredivisie, geralmente são apenas Ajax, AZ e Feyenoord que conseguem prejudicar o PSV em casa.
Sem aderênciaO Telstar impôs o golpe atacando sem medo. Sem ser ingênuo – frequentemente uma fraqueza para clubes recém-promovidos. No início do segundo tempo, o Telstar pareceu desmoronar depois que o técnico do PSV, Peter Bosz, segundo o capitão Jerdy Schouten, disse em sua reunião no intervalo que eles precisavam "melhorar seu jogo". Bosz imediatamente fez três substituições – incluindo o atacante Ricardo Pepi e o meia Joey Veerman.
Sob essa pressão, o Telstar tem que contar com as defesas do goleiro Ronald Koeman Jr. Ele antecipa com inteligência um chute potente de Ivan Perisic, entre outras coisas. "É sempre ótimo visitar lugares onde meu pai deixou algo para trás", diz ele para a câmera. Seu pai, o técnico da seleção Ronald Koeman, foi técnico e jogador do PSV e estará nas arquibancadas na noite de sábado.
O Telstar retoma o jogo de onde parou quando o PSV não pressiona. Trocas de passes ousadas se alternam com passes longos diretos. O técnico do Telstar, Anthony Correia, faz uma substituição ousada, colocando dois atacantes, Kay Tejan e Milan Zonneveld. Isso injeta nova energia – e leva a um escanteio.
Esse é o domínio do assistente técnico Robbert Michielsen, um jovem técnico que estudou psicologia aplicada na Universidade de Ciências Aplicadas de Amsterdã até 2024. Ele é responsável por atacar lances de bola parada e analisar incansavelmente os escanteios adversários. Um dia antes do jogo fora de casa contra o PSV, ele criou uma nova variação.
Pouco antes de Guus Offerhaus cobrar o escanteio, o zagueiro cruza os braços brevemente. Este é provavelmente o sinal para a nova variação. Offerhaus cruza rasteiro, e o jogador do PSV, Veerman, precisa defender a primeira área, mas parece surpreso. Nils Rossen bloqueia Perisic, dando espaço para Patrick Brouwer chutar alto, no canto superior direito, no primeiro poste: 0 a 2. O PSV parece completamente dominado.
Eles "não tinham domínio" sobre o estilo de jogo do Telstar, disse o meia-atacante Guus Til à ESPN. "Isso significava que eles nos superaram em alguns momentos." No primeiro tempo, diz Schouten, eles foram "superados". Bosz: "Eles nos superaram em todos os sentidos."
Um raro coro de assobios ecoa em Eindhoven quando Bosz elogia seu colega Correia. "Tenho muita admiração pelo adversário", diz ele na ESPN. Tudo bem, mas Correia não quer exagerar o sucesso de sua equipe. "Estamos apenas jogando uma partida normal de futebol." Quatro pontos em quatro partidas – a metade superior da tabela acena.
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